KM DO DIA: 173 – KM TOTAL: 8.058
Estamos de volta.
E aqui vamos contando para vocês as peripécias que se tem que fazer quando se propõe a cruzar, viajando de moto, as três Américas.
Hoje foi um dia em que exercemos algumas das características de personalidade necessárias para se levar a termo uma empreitada como essa. Em primeiro lugar, a paciência, depois jogo de cintura, em seguida a esperteza, a dissimulação, tolerância e por último juízo.
Quer ver ? Me acompanhe....
Saímos do hotel muito tarde, o blog do dia anterior tinha ficado para a parte da manhã, por total falta de condições físicas.
FOTOS DA CIDADE DE TAPACHULA NA PROXIMIDADE DO HOTEL
FOTOS INTERNAS DO HOTEL
Seguimos direto para a fronteira com a Guatemala que ficava a 12 quilômetros aproximadamente. Fomos para a aduana e em 10 minutos estávamos com os passaportes carimbados(registro de saída), aí perguntei onde que entregava a documentação para cancelar, ou receber de volta, o depósito que fizemos a título de seguro contra terceiros, vinculado às motos.
SAINDO DO MÉXICO
Veio a resposta, e aí usamos a primeira característica listada acima, a PACIÊNCIA: “volte até a cidade(12 km), depois volte mais 10 quiilômetros antes de chegar na cidade e lá você encontrará um posto onde deverá entregar este papel e receber de volta o seu depósito.”
Entenderam? Você vai até a fronteira, depois volta cerca de 25 km para devolver os papéis do veículo, depois anda de novo os 25 de volta à fronteira. Você também pode resolver o problema, trazendo consigo a sua bola de cristal, aí já devolve os papéis do veículo antes de ir para a fronteira.
Passamos para o lado da Guatemala. Era a visão do inferno, fomos cercados por umas 15 pessoas, todos falando ao mesmo tempo. Tinha gente querendo fazer câmbio e ia logo avisando que o “ cajero” mais próximo ficava a 30 km dali e que para toda a tramitação só se aceita a moeda local, o que depois comprovamos ser verdade.
Tinha gente querendo ser o nosso tramitador, uma espécie de despachante com pinta de pilantra, mas que sem eles você não consegue nada ou passa o dia inteiro esperando os documentos ficarem prontos.
Tinha nativo querendo dar uma de esperto e se sobrepor sobre os outros falando em inglês. Em portunhol, já estava difícil a comunicação, imaginem “englshinhol”....
Veio a segunda característica, O JOGO DE CINTURA , a gente tinha que se impor, escolher um cambista, um tramitador, dispensar os demais e não chutar o balde, porque podia ser pior.
CERCADO DE TRAMITADORES
TRAMITADORES TRABALHANDO
Fiz o câmbio, tirei cópias dos documentos, enfrentei fila no banco para pagar as taxas, andei para lá, para cá, e o Sérgio sentado vigiando as motos, quem é louco de deixá-las sozinhas??!!
Os tramitadores eram três, entravam nas repartições de forma que pareciam trabalhar lá dentro, e em pouco mais de uma hora tínhamos todos os documentos na mão. Custou 20 dólares o cachê dos tramitadores, 45 dólares a taxa paga pelas motos e 55 dólares para as duas pessoas. Esta última taxa não foi paga em banco, o que nos leva a crer que é a parte rateada com a burocracia. Aí entra mais uma característica a DISSIMULAÇÃO.... você sabe que está sendo roubado, mas finge que não vê.
UM TÁXI DE 3 RODAS
Os tramitadores eram três, entravam nas repartições de forma que pareciam trabalhar lá dentro, e em pouco mais de uma hora tínhamos todos os documentos na mão. Custou 20 dólares o cachê dos tramitadores, 45 dólares a taxa paga pelas motos e 55 dólares para as duas pessoas. Esta última taxa não foi paga em banco, o que nos leva a crer que é a parte rateada com a burocracia. Aí entra mais uma característica a DISSIMULAÇÃO.... você sabe que está sendo roubado, mas finge que não vê.
UM TÁXI DE 3 RODAS
A moeda local é Quetzal, que na mão dos cambistas valem 7,20 para cada dólar, no hotel, o câmbio já foi feito na base de 8 quetzales para 1 dólar. HAJA ÁGIO.........
A ESPERTEZA você usa quanto está fazendo o câmbio, que precisei fazer duas vezes, e nas duas vezes, com cambistas diferentes, ambos se enganaram e me deram dinheiro a menos. Tentar enganar um ex gerente de banco, na contagem de dinheiro é querer bancar o sabido demais.
Tudo acabado, olhamos para o relógio e já eram quase três horas da tarde. Havíamos programado dormir numa cidade a cerca de 220 km dali, tava mole. Vamos embora, combinamos.
Mas nem tudo é tão matemático assim. De repente o céu escureceu e começaram pingos fortes de chuva. Que “m”, agora que as roupas e sapatos já estavam secando depois da chuva de ontem.....
Paramos, pusemos as capas de chuva e o aguaceiro desabou. A estrada parecia cozinha de restaurante de “um real”, panelaços imensos, que quando agente caía neles parecia que a moto ia sumir.
SÉRGIO ANALISANDO UMA NOVA OPÇÃO.
Paramos, pusemos as capas de chuva e o aguaceiro desabou. A estrada parecia cozinha de restaurante de “um real”, panelaços imensos, que quando agente caía neles parecia que a moto ia sumir.
E o medo de cortar um pneu num buraco desses!!!!!?????
Rodamos assim por quase 120 km, até que o trânsito parou e fomos pelo corredor até chegar em um ponto onde um valão transbordou e a água passava por cima do asfalto. Arriscamos e passamos por dentro da água, minha moto quase morreu e o coração veio na boca.
Mais uns 10 km surgiu um grande hotel, encerramos o dia por volta das 5 hs da tarde, em nome da última característica acima citada: O JUÍZO.
Amanhã vamos tentar enganar a dona chuva, que nesses países da América Central, costuma se fazer presente na parte da tarde. Vamos acordar cedo e às 7 da matina queremos estar na estrada.
Então deixa eu ir dormir.....