47º Dia –18/09/2011, DOMINGO - de Camanã a Tacna no PERU

KM DO DIA: 464  –               KM TOTAL: 14.863

Oi  pessoal

            Foi um dia de acelerador no fundo. Ainda bem que as estradas permitiram, eram retas e mais retas e como fazia muito frio, todos os policiais estavam sentadinhos dentro de suas viaturas e não nos perturbaram. 

           Por falar em guardas perturbando, esqueci-me de contar algo que com certeza tem nos ajudado a passar pelas barreiras policiais, que com freqüência nos param. É que tanto o Renato quanto o Edson, os gaúchos de Santa Maria que encontramos voltando do Alasca e que estão rodando conosco, são Militares reformados, um do exército e outro da Polícia Militar gaucha. Estrategicamente,  suas carteiras com fotos onde estão fardados, ficam  dentro do passaporte, junto com todos os demais documentos. Os policiais, intrometidos que são, vasculham tudo e dão com a carteira de militar, o que diminui o seu impeto de fazer propostas escusas. Acabam desejando boa viagem.

           Além do mais, são dois pilotos de primeira categoria, além de conhecerem muito bem a estrada, são respeitadores das normas de trânsito e de segurança. Jamais fazem uma ultrapassagem que inclua risco, passar na faixa contínua, só quando existe muita convicção de que não dá tempo para pintar um carro no sentido contrário, e depois de dar boas olhadas, se não tem “viaturas” espreitando.   A velocidade média é de 100 a 120, baixando regularmente para o indicado nas placas quando se passa por um povoado.   São “GRANDES PILOTOS GAUDÉRIOS” e confesso que estou reaprendendo a pilotar em segurança andando em sua companhia.

          Por falar em rodar juntos, amanhã é nosso último dia de rodar com esses parceiros da estrada, depois de entrar no Chile, a partir de um certo ponto, eu e Sérgio viramos para Leste em direção a San Pedro do Atacama e os nossos amigos gauchos seguem para o Sul até Ushuaia,  na Terra do Fogo.

         Hoje encontramos também, Wilê da cidade de Paulo Afonso na Bahia e Verô do Piaui. Os dois iniciaram, juntos,  sua viagem em Manaus, subiram até Roraima e entraram na Venezuela. De lá foram a Colômbia, Equador e Perú.  Aqui, vão tomar a Rodovia Transoceânica, que liga o Brasil ao Pacífico pelo Acre, reentrando em território brasileiro. Vão descer, provavelmente, pelo Mato Grosso até Goiás e rumar para casa no Nordeste brasileiro. Pilotam duas BMW 800 CC que por sinal,  cabe o registro de que são motos, que dominaram completamente esse mercado de motociclistas estradeiros. Todos os dias cruzamos com motociclistas em BMW atravessando o continente, são brasileiros, chilenos, argentinos, etc..

             Fizemos umas fotos para registrar nosso encontro com os nordestinos e em seguida, rodaram conosco por cerca de 40 km até a entrada de Arequipa, onde depois de um buzinaço e acenos de mão dobraram para leste. Vejam as fotos.

            Depois de um café da manhã com toda a calma, pois a quilometragem prevista para o dia era pequena, tivemos que mudar o ritmo pois percebemos que o pneu traseiro da moto de Sergio estava baixo. Mais uma vez o mesmo pneu.  Era a terceira vez dele.....

               Pedimos ajuda a um motociclista que passava, para nos levar a um borracheiro, o que poderia não ser muito fácil por ser num domingo. Chegamos numa loja de peças de moto e um sujeito muito mal humorado nos cozinhou por  duas horas e meia até concluir o serviço. Verdade seja dita,  havia um movimento danado e antes de nos atender, trocou uns quatro pneus de moto taxi. Aproveitamos o ensejo e fizemos manutenção em três motos; na de Sérgio tiramos um elo da corrente, pois ela não dava mais aperto, na minha,  buscamos um vazamento na torneira de combustível que acabou sanado, entupindo o suspiro com um palito de dente(o diafragma da torneira estava furado),  e na do Edson, que ontem  quase largou um baú lateral  pelo caminho, re-apertamos e trocamos parafusos.

            Vejam  as fotos em frente a oficina.

              Quanto ao pneu, foi o mesmo remendo feito na última vez que ele furou,  que estava se vazando.

              Depois disso só restou a alternativa de acelerar para tentar chegar ao local planejado, o que acabou não sendo possível, paramos quando ainda faltava cerca de 50 km, pois escureceu e esfriou mais ainda.

              Paramos algumas vezes e fizemos estas fotos........

             Amanhã temos que sair cedo, pois o Chile não tem fuso horário com relação ao Brasil, ou seja, são duas horas mais cedo que aquí. Além do mais, temos um fronteira com toda a sua burocracia pela frente, e um planejamento de dormir em San Pedro do Atacama, a cerca 760 km de onde estamos.

          Boa noite.