30º Dia –01/09/2011, QUINTA FEIRA – De Puerto da Libertad – EL SALVADOR, a San Marco de Colon - HONDURAS

 KM DO DIA:  405  –               KM TOTAL: 8.828

“É vida que segue....”

          E como temos uma grande “carreteira” pela frente, como dizem os hermanos de língua hispânica, voltemos a ela.

        Ontem saímos cedo do hotel, isto é....    saímos às 9.00h, apesar de termos acordado às 7.00h. É isso mesmo, podem fazer a crítica que já reconhecemos, levamos duas horas para nos aprontar e sair. – estamos parecendo duas noivas na hora de se arrumar.  Amanhã vamos tentar melhorar esse tempo.

         Pegamos a estrada e vimos o estrago que a chuva fez no dia anterior. Ainda bem que não insistimos em ir em frente.

         A estrada é linda, embora o piso seja dos piores que já vimos até agora, descuidar-se era risco de queda ou de perda de pneu.

         Os povoados estavam sempre à beira da estrada aumentando o risco, por trânsito de pedestres, ônibus e até animais na pista.

        Dois vulcões às margens da rodovia nos fez lembrar o “deleite” que teve nosso companheiro de viagens Gomide, quando paramos na cidade de Villarrica- Chile e nos hospedamos na beira de um lago com vista para o Vulcão Pucon e passamos o resto da tarde tomando vinho. Essa é para  você Gomide.

         Paramos num pequeno restaurante para um café,  e o gerente, meu chará Marcos, disse uma frase que deixa bem claro o espírito do povo da Guatemala: “Enquanto usted estiverem a cá na Guatemala, esta será tu casa”(corrigir no Google para espanhol). Ficamos muito felizes com a hospitalidade. Tiramos fotos, distribuímos adesivos, ficamos quase meia hora no lanchinho.

           Mais na frente, uma ponte caída e um retorno de cerca de 4 km, só que em estrada de chão, imaginem as Shadows lotadas de bagagem chacoalhando nos buracos, e nós em cima, sem poder ficar de pé nas pedaleiras.......   não foi fácil.

        Chegamos na fronteira com El Salvador e veio o susto, uma fila interminável de caminhões. Pusemos as motos na contra mão e fomos em frente. A fronteira estava fechada, havia uma manifestação dos “MAESTROS” – traduzindo, Professores, que aqui sofrem tanto quanto no Brasil, só que quando zangam, fecham uma fronteira com outro país.

        Por sorte, eles, os grevistas, não impediam a passagem de motos. O tramitador  Raul, muito folgado, mas gente boa, cuidou de tudo rapidamente e por 30 dólares. Quando digo rapidamente é bom que se saiba que demorou 3 horas, mas isso foi porque o pessoal da Aduana de El Salvador fechou a sala e saiu para almoçar, justo na nossa vez.  Fazer o que nééééé.......(essa foi para você Roberto Deminho).

                                         O  TRAMITADOR FOLGADO DANDO DE MOTOCICLISTA

        Pegamos a estrada novamente e fomos para a direção do litoral. Confessamos que foi forte a emoção quando avistamos, nesta viagem, pela primeira vez, o Oceano Pacífico. Paramos até para uma cerveja admirando o mar.

         Paramos num hotel que tinha piscina e dizia ter internet, tomamos o tradicional banho de piscina e fomos dormir morrendo de raiva porque a internet não funcionou.

         Aí começou o dia de hoje e cumprimos nossa meta; às 8.00h estávamos na estrada e metemos a mão no acelerador, para ver se dava tempo de cruzar Honduras,  de fronteira à fronteira, ainda hoje, trecho  previsto em cerca de 150 km, fora o trecho de El Salvador.

         Novamente estradas com muita vegetação nas suas margens,  acreditamos que é em função do clima subtropical. Passamos pela Capital Federal, San Salvador, que era grande, mas diferente das demais. Não tinha edifícios altos.

        Chegamos na aduana de saída de El Salvador, onde já nos esperara o tramitador Rony, com quem falamos por recomendação do tramitador da fronteira anterior.  Sair de El Salvador não durou 20 minutos, entrar em Honduras levou mais de  4 horas.

      A fronteira e suas instalações são ridículas, isso para não dizer que também são ridículos os servidores estatais que trabalham ali.  Nunca se dirigem ao turista, só falam com os tramitadores, devem achar que esses são seus patrões.   É dinheiro para tudo que é lado. Se você se mexe eles pedem uma quantia. Até para pulverizar as motos contra pragas, nós pagamos. Vejam: por pessoa para passar - US$ 36,00, por moto-Us$ 40,00, para o tramitador, US$ 15,00, para pulverizar as motos – US$ 3,00 cada, gorgeta para o guarda que só fez conferir os documentos – US$ 5,00 por pessoa, cadastro no sistema para passar direto na fronteira de saída (não pedimos isso), mais US$ 20,00 – Total-  US$ 119,00 para ficar 4 horas esperando embaixo de uma árvore. Ainda tem gente que reclama do Brasil.

                                    INDO EMBORA COM OS DOCUMENTOS NA MÃO

        Saimos dali batidos, e com menos de 15 minutos de estrada a Polícia Federal nos parou. Disse  que ia emitir um ticket porque estávamos rápidos demais.

         Alegamos que não haviam placas dizendo qual era a velocidade máxima, e ele simplesmente respondeu: que quando tem polícia na estrada tem-se  que passar devagarzinho.                 

         Lembrei-me de um blog onde o cara dizia para os guardas, que era jornalista e o “homens amarelavam”.  Joquei o mesmo papo e colou, mostrei o adesivo na bolha da moto e disse que era da revista para quem eu estava fazendo a reportagem e que todos os dias mandava as matérias pela NET.  O cara ainda pediu uns dólares para um refresco e aleguei que me tiraram tudo na fronteira e que ia relatar na minha revista.  Ele me mandou embora.

        Andamos mais duas horas e tanto e quando começou a escurecer estávamos à cerca de dez minutos da fronteira com a Nicarágua. 
        Amanhã, tudo de novo.......

           Até lá.....