KM DO DIA: 1088  –               KM TOTAL: 19.407
Oi  pessoal,
            Estamos em casa,  peço desculpas  por não ter postado ontem mesmo o blog, mas foram tantas as comemorações que não foi possível buscar resistência física para sentar e redigir, além do mais, a km rodada foi um recorde de percurso num só dia, 1088 km,  foi bem pesado. 
            Hoje vou inverter a ordem da redação, normalmente faço um prólogo e depois o relato do que aconteceu no dia, afinal é nossa última postagem e vou deixar para o final a nossa exposição de sentimentos e os agradecimentos.
            Vamos começar com a saída do hotel. Estávamos determinados a chegar a Campos, mesmo que o dia iniciasse com chuva, o que felizmente não ocorreu. 
           Às cinco horas acordados e dez para seis com as motos ligadas. Foi quando percebemos que o dia já estava raiando e que o céu parecia que ia ficar claro. Nem sinal de chuva e o primeiro sentimento de que “vamos conseguir”.
                                                                       SAINDO DO HOTEL
          Sabíamos que teríamos estradas da melhor qualidade pela frente, e num dia de sábado, o que ajudaria muito. Primeiro seria a Castelo Branco, com liberdade para rodar até 120 km/h dentro da lei, depois a Ayrton Senna e Dutra, e por último a BR 101, que temos que confessar que melhorou muito. Por outro lado, teríamos que atravessar as duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro.
        Portanto, mão no acelerador, paradas rápidas para abastecer e tomar cafezinho. 
                              Numa das paradas Sérgio aproveitou para por graxa nas correntes. 
        Chegamos a São Paulo sem uma gota de chuva, embora tivéssemos visto a estrada molhada em alguns pontos.  Atravessamos a cidade, pegamos a Ayrton Senna e no primeiro posto o primeiro encontro com a família depois de 53 dias fora de casa, era meu filho Marquinhos que por telefone,  combinou que nos acompanharia de São Paulo ao Rio, onde aproveitaria para visitar a sua mãe. 
        Na Dutra, outra maravilha de pilotagem, a estrada estava cheio de motociclistas de final de semana curtindo a paixão sobre duas rodas, não havia sol nem tampouco chuva e eu e meu filho pilotando juntos como nos bons tempos em que ele não trabalhava tanto.
        Chegamos ao Rio de Janeiro,  Marquinhos foi para um lado e nós para a ponte Rio/Niterói, buzinasso, acenos de adeus..... Vai filho, que Deus te abençoe. 
         Aí, na ponte, veio a primeira emoção forte do dia: tava lá a placa bem grande “CAMPOS” sinalizando a nossa direção. O coração pulou dentro do peito e começou a bater forte, os olhos arderam e na cabeça o pensamento – vamos conseguir.  É claro que vamos conseguir, afinal estamos tão perto..., essa enxurrada de insegurança é parte da emoção de quem está voltando para casa depois de passar por todas as emoções que passamos nessa TRAVESSIA. 
                Andamos uns cinco quilômetros e paramos no posto para o segundo encontro de família, era Ângela e Paolo, irmã e cunhado de Sérgio, que viveram através do blog todas as nossas emoções da viagem e fizeram questão de nos encontrar para um abraço. 
           Passamos em Itaboraí e lembrei-me de um grande amigo, Márcio que havia me escrito falando da vontade de nos acompanhar até Campos. Não foi possível combinar porque não sabíamos a data e hora certa, que quando se definiu não tivemos mais contato.  Márcio, em pensamento, você nos acompanhou até Campos. 
           O tempo fechou e ameaçou uma chuva, que não nos preocupou, afinal já tínhamos andado mais de oitenta por cento do percurso com estradas secas. 
           Passamos o trevo de Macaé, passamos o a entrada de Conceição de Macabu e faltavam apenas 50 km, escureceu e começou a chover fino. 
           Foi muito engraçado como perdemos a pressa. Folgamos a mão e começamos a rodar bem devagar, sendo ultrapassados por vários carros e ônibus. É um trecho muito perigoso e que a noite e com chuva o risco se potencializa e tudo que não queríamos era um acidente a apenas alguns quilômetros de concretizar o nosso sonho, mesmo que fosse sem maiores conseqüências. Seguimos como se diz na gíria “pé com mão”.   
          Dobramos a esquina da rua do Moto Club de Campos, onde combinamos nossa chegada e tava lá o pessoal que começou a gritar e soltar fogos.   CHEGAMOS. 
         Vejam as fotos, elas dirão tudo.  
A TURMA NOS ESPERANDO CHEGAR E A FAIXA QUE HOMENAGEAVA A TRAVESSIA.
A TURMA NOS ESPERANDO CHEGAR E A FAIXA QUE HOMENAGEAVA A TRAVESSIA.
O ABRAÇO DOS GUERREIROS
MINHA QUERIDA ESPOSA FEZ UM LIVRO COM O NOSSO BLOG
SÉRGIO SUA MÃE E IRMÃ
EU RECEBENDO O LIVRO
SERGIO E SUA FAMÍLIA
EU E A MINHA FAMÍLIA
OS DOIS CASAIS
EU, SÉRGIO E MINHAS IRMÃS
EU E REGINA
         Bem pessoal, acabou a viagem, estou de volta a casa, com minha família, meus amigos e com um sonho realizado.  Sérgio não cabe dentro de si de tanta felicidade, afinal esse foi um sonho de infância dele,  que me contagiou e que pude ajudá-lo na realização. 
         Foi um banho de cultura, de aprendizado, de motociclismo, mecânica, relações humanas, idiomas, gastronomia.   Paisagens que mostram que Deus caprichou na sua criação.  Medos que iam desde o ser humano animal, capaz de por fogo num semelhante vivo (cassino no México) e de uma enxurrada provocada por um temporal, que quase me arrastou na estrada, de onde dificilmente sairia com vida, não contada no blog para não assustar a família.
        Saudades, muitas saudades.  A informática ajudou, é verdade, quando chegávamos ao hotel ligava logo o laptop, conectava o skype e falava com a família em busca de notícia de todos.          
           Sobre pilotar motos, quem pensa que enchemos o saco, está enganado, daqui há duas semanas tem o Salão Duas Rodas em São Paulo e já estamos planejando ir...., de moto é claro.
             Sobre os amigos que fizemos pelos caminhos, é perigoso falar para não deixar de fazer citações, mas tenho obrigações  de agradecer neste espaço aos que nos ajudaram a concretizar “o sonho”: Os três Edson, já citados recentemente, cada um com o seu papel fundamental e definitivo,  Renato, meu mestre de motociclismo e escritor, ícone do motociclismo nacional.
              Para Regina, minha companheira, amante, sócia, parceira motociclista, que não foi nessa viagem em função do risco com a violência na América Central, tenho que dizer para todos que ela me  apoiou de forma incontinente nessa aventura, assumiu meus trabalhos, ficou sozinha e ainda acordava de madrugada  para ler o blog e corrigir meus erros de grafia e digitação. Obrigado Amor.
              A Sérgio, agradeço por ter me emprestado o seu sonho, ter tolerado minhas ansiedades e excessivo zelo no cumprimento do planejamento, e as horas que  roubei de nosso passeio para escrever este blog.
             Mas, meu agradecimento principal é para vocês, seguidores dessa história, que ontem chegou a 300 acessos de pessoas, que sofreram conosco, torceram conosco, oraram pela gente e sentiram alegria quando terminamos com saúde.   Muito, muito obrigado mesmo. 
            CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO:
              Sérgio já está falando em sair do Brasil pelo Pará, cruzar as três Guianas,  passar pela Venezuela, Colômbia, Peru e voltar pelo Acre, passando por Cuzco e Machu Pichu,  é claro.  Esse cara não tem jeito mesmo. 
          ADEUS. 
Vejam o vídeo de nossa chegada.
                  
Vejam o vídeo de nossa chegada.


















